quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O LEGADO CULTURAL DA GRÉCIA

O LEGADO CULTURAL DA GRÉCIA

INTRODUÇÃO

O estopo do tema Grécia abrange o estudo panorâmico do legado cultural grego, com enfoque nos aspectos históricos. A contextualização histórica é de fundamental importância no nosso estudo que tem por seu título: o legado cultural grego. Iniciaremos nossa contextualização pelo chamado o legado cultural grego, que tem por fim abordar a sua ligação histórica.

RESUMO

As principais características gregas eram: a sua religião que era politeísta, mas não impunha verdades absolutas. As cerimônias religiosas eram importantes porque reuniam pessoas de todas as cidades do mundo grego que peregrinavam até os santuários mais famosos. A Filosofia quer dizer amigo da sabedoria é o método utilizado para observar o mundo e refletir sobre ele. As principais fases da filosofia grega são: Pré-socrática ou cosmológica; Socrática ou antropológica; Sistemática. Os deuses eram cultuados nas casas e em cerimônias públicas, com orações, sacrifícios e oferendas ou libações.

DESENVOLVIMENTO

As principais características gregas era: que a religião era politeísta, mas não impunha verdades absolutas. As cerimônias religiosas representavam um elo entre as pessoas e entre as cidades. Os deuses tinham emoções e defeitos, como os humanos. E o mais importante dos deuses era Zeus. Para a mitologia grega, Urano e Gaia surgiram do nada. Urano comia os próprios filhos e foi destituído pelo mais jovem deles, Cronos. Este, por sua vez, passou a comer os próprios filhos, até que Rea, sua esposa, salvou Zeus, o último deles, escondendo-o. Ao crescer, Zeus obrigou o pai a devolver os irmãos e dividiu então o universo com eles. Zeus assumiu o papel de mais importante dos deuses e casou-se com sua irmã Hera. O mundo subterrâneo ficou a cargo de Hades, enquanto o mundo dos oceanos coube a Poseidon. Os heróis eram homens que se destacavam por seus feitos e ações gloriosas. O maior de todos eles era Hércules. Outros foram Perseu, Teseu, Jasão. Os deuses eram cultuados nas casas e em cerimônias públicas, com orações, sacrifícios e oferendas ou libações. No templo, os sacrifícios podiam ser de animais. A religião estava presente no cotidiano e todo momento da vida era motivo para rituais. Nascimento, funeral, casamento, homenagem aos mortos, festas, procissões, jogos (como os olímpicos) eram oportunidades para celebrações religiosas. Alguns deuses eram homenageados em determinadas regiões, enquanto outros recebiam culto em toda a Hélade e tinham grandes e famosos santuários. Os mais conhecidos estavam em Delos, Olímpia e Delfos. As cerimônias religiosas eram importantes porque reuniam pessoas de todas as cidades do mundo grego que peregrinavam até os santuários mais famosos. Dessa forma, preservava-se a cultura, além de se incentivar o teatro, a música e a arte nos concursos organizados nas festas. As pecas teatrais gregas, muitas até hoje representadas nos teatros contemporâneos ou publicadas em livros, abordavam temas como a vida e a morte, as relações de poder, o sofrimento, o amor, a traição. Filosofia quer dizer amigo da sabedoria. É o método utilizado para observar o mundo e refletir sobre ele, buscando explicações racionais e lógicas. Filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles e outros eram pessoas que se dedicavam a esse método e arte.

AS PRINCIPAIS FASES DA FILOSOFIA GREGA 

a)   Pré-socrática ou cosmológica, preocupada com o problema da origem do mundo. Seus filósofos principais são Tales, Pitágoras, Heráclito, Parmênides; 
b)   Socrática ou antropológica, aborda temas relacionados com os problemas do individuo e da organização da humanidade. Preocupa-se com a justiça, o bem , o belo, a virtude. Seus expoentes principais são Sócrates e Platão; 
c)   Sistemática, que tem em Aristóteles seu principal filósofo. Reflete sobre os mais variados assuntos: plantas, animais, astros, pessoas.

A maiêutica quer dizer trabalho de parteira. Foi utilizada em homenagem a mãe de Sócrates, que era parteira. Seguindo esse método, Sócrates não respondia diretamente as perguntas que lhe faziam. Ao contrário, fazia outra pergunta, ajudando a pessoa a chegar por si mesma ao conhecimento. Heródoto, chamado Pai da História, antes de escrever seus estudos, procurava conhecer os costumes dos povos que descrevia. Viajou muito. Além de descrever os fatos, ele os interpretava de acordo com suas crenças religiosas. Pois, para ele, os acontecimentos eram resultado da vontade dos deuses. Para Tucídides, os fatos eram causados não pelos deuses, mas pelos interesses políticos. Ele é o precursor da História como ciência, pois tinha um olhar mais objetivo do que Heródoto.

A INFLUÊNCIA DO OCIDENTE - GRÉCIA E/OU ROMA

Em vários aspectos culturais, atualmente na Civilização Ocidental, está ocorrendo uma supervalorização aos valores da Grécia clássica, que se refletem na política, cultura, historiografia e costumes, deslocando para um segundo plano todo o legado humanístico de Roma, que também contribuiu na formação da cultura ocidental tanto quanto a influência grega, pois as culturas das duas maiores civilizações da Antigüidade são complementares e não tão antagônicas como nos são mostradas hoje. A influência romana, além de estar em segundo plano em nossos dias, está sendo deixada de lado como modelo no âmbito da política, que prefere eleger Atenas como modelo de democracia ao invés da República Romana. Para o ensaísta norte-americano Michael Lind em seu ensaio intitulado: "A Segunda Queda de Roma", constata que a imagem da civilização romana vem sendo constantemente deturpada e prejudicada por partidários da civilização grega, que rebaixam a cultura, política, filosofia, literatura, arte e arquitetura romana para enaltecerem à Grécia. Para eles, o legado político e cultural deixado pela civilização romana não passou de uma cópia inferior à matriz cultural grega. Muitos intelectuais e políticos organizadores da sociedade norte-americana depois da sua independência, se apropriaram do modelo de constituição política da República Romana. Todavia, não admitiam essa influência e atribuía a sua forma de organização política ao modelo da sociedade inglesa. Michael Lind afirma que: "A reputação da civilização romana no mundo ocidental nunca esteve pior que hoje. O legado cultural e político da República e do Império Romano foram extirpados da memória coletiva dos EUA e de outros países ocidentais em grau notável (...)" . Até os supostos tradicionalistas que se julgam defensores da cultura romana são os primeiros a relegá-la. A democracia ocidental que tanto bebeu na fonte do legado político do Império e da República Romana, hoje tem as suas origens identificadas em Atenas. "O filósofo e estadista romano Cícero (106-43 a.C.), possivelmente o mais importante modelo histórico na cabeça dos primeiros europeus modernos e republicanos americanos, teve seu lugar tomado pelo líder ateniense Péricles como ideal de estadista ocidental". Ao legado do Império Romano, hoje os modernos ocidentais se referem à influência negativa aos governos ditatoriais e totalitários do século XX como o fascismo italiano e o nazismo alemão. A arte e a literatura romana também caíram em descrédito depreciativo, como simples imitações inferiores da arte e literatura grega. "Autores romanos como Virgílio, Horácio, Sêneca e Plauto são freqüentemente descritos, em tom displicente, como imitadores de segunda categoria dos gregos. Os três maiores poetas épicos do Ocidente são identificados, por consenso, como Homero, Dante e Milton. Embora o épico fosse especialidade romana, Virgílio, Estácio e Lucano são relegados a uma categoria secundária ou ignorados por completo". As raízes deste desprezo aos romanos pelas sociedades ocidentais atuais e a supervalorização dos gregos é o resultado de um viés anti-romano e anti-latino que vem deturpando a cultura européia desde o século XVIII - um viés que o modernismo do século XX herdou do romantismo do século XIX e do neoclassicismo do século XVIII. Nesse contexto, apresentaremos uma rápida descrição paralela entre o legado político cultural da Grécia e de Roma.

A RELIGIÃO GREGA

A religião grega caracterizou pelo politeísmo antropomórfico, ou seja, os gregos acreditavam em vários deuses que se assemelhavam aos Homens, tendo as mesmas fraquezas, paixões e virtudes do gênero humano. O que distinguia os deuses dos Homens era a imortalidade e seus poderes, que se devia ao alimento do qual se nutriam - a Ambrósia. Os deuses gregos moravam no Monte Olimpo, de onde comandavam os destinos humanos. A população grega possuía uma série de mitos, lendas e histórias - a respeito de seus deuses e heróis. Os principais personagens da mitologia grega, além dos deuses, são os semi-deuses Hércules, conhecido por sua força extraordinária, Perseu, que domou o cavalo alado Pégaso e decapitou a cabeça da tenebrosa Medusa, cujo simples olhar petrificava qualquer ser vivo e Teseu, que livrou a ilha de Creta da opressão do Minotauro, ao matá-lo e conseguir sair de um labirinto. Os principais deuses eram: Zeus, senhor de todos os deuses; Hera, sua esposa e protetora das mulheres, fertilidade e casamento; Atena, filha de Zeus, deusa da razão e da sabedoria, protetora da cidade de Atenas, que em sua homenagem foi construído o Pártenon no governo de Péricles; Apolo, deus da luz e das artes; Afrodite, deusa do amor; Ares, deus da guerra; Hermes, mensageiro dos deuses e deus do comércio; Dioniso, deus do vinho; Poseidon, deus das águas e dos mares e Hades, deus do mundo subterrâneo dos mortos. Os deuses que habitavam o Olimpo formavam uma família, e em sua honra, de 4 em 4 anos os gregos celebravam os Jogos Olímpicos.

A CULTURA GREGA E O HELENISMO

A civilização grega apresenta o mais notável desenvolvimento artístico - cultural da Antigüidade. Seus valores intelectuais da lógica e da filosofia moldaram metade da mentalidade ocidental de nossos dias. O chamado século de Péricles (século V a.C.) foi o momento áureo da cultura grega. Os principais dramaturgos, poetas, filósofos, arquitetos e artistas em geral do mundo grego viveram nessa época. O pensamento grego tinha por base a razão humana e, por isso, supervalorizava o Homem (antropocentrismo), influenciando profundamente o racionalismo ocidental. A cultura grega é celebre pela riqueza de sua arte, onde várias formas de expressão artística surgiram no século dourado (V a.C.). O Teatro foi uma das áreas artísticas que mais se destacou, os grandes dramaturgos com suas tragédias e comedias atestam a genialidade da cultura grega.

*Ésquilo: considerado como primeiro grande autor de tragédias. Escreveu "Prometeu Acorrentado", "Os Persas" e "Sete Contra Tebas".
*Sófocles: considerado como o maior dramaturgo grego e pai da tragédia por Aristóteles. Escreveu "Édipo Rei", "Édipo em Colona", "Electra", "Antígona", entre outras.
*Eurípedes: Autor de "Medéia", "As Troianas" e "As Bacantes".
*Aristófanes: Autor das comédias satíricas "As Nuvens", "As Rãs" e "As Vespas".

Na história, Heródoto é o historiador considerado o "pai da História", pois descreveu com pormenores as guerras médicas, encarando-as como desígnios de Zeus. Tucídides, autor de "A Guerra do Peloponeso", buscou esclarecer os fatores políticos que determinaram os acontecimentos históricos. Na literatura, além das tragédias, se destacam as poesias épicas, com a "Ilíada" e "Odisséia", cuja autoria é atribuída a Homero e "Teogonia" e "O Trabalho e os Dias" de Hesíodo. Na arquitetura, os grandes nomes foram Ictínio e Calicrates, responsáveis pela construção de vários monumentos, dos quais o mais famoso é o Pártenon em Atenas. Três foram os estilos arquitetônicos que se desenvolveram na Grécia antiga distintos pela forma e feitio das colunas e do capitel: o Jônico caracterizado pela leveza e elegância das colunas; o Dórico, apresentando colunas de linhas mais rígidas e capitel liso, o que oferece mais funcionalidade; e o Coríntio, com colunas mais ornamentadas, expressando luxo e abundância. Na escultura, vale lembrar o nome de Fídias, escultor da estátua da deusa Atena, de Zeus e dos relevos do Pártenon e Miron, conhecido pela estátua do Discóbolo. A civilização grega é igualmente influente por suas realizações filosóficas e cientificas. A Filosofia surgiu no período arcaico com a Escola de Mileto, onde se destacaram Tales, Anaxímenes e Anaximandro. Na concepção dessa escola, tudo na natureza descendia de um elemento básico (água, ar ou matéria). Pitágoras, considerado o pai da Matemática, atribuía aos números a essência de tudo. Acreditando na mobilidade do universo, Heráclito opôs-se a estas idéias, afirmando que o universo achava-se em constante mudança. Os sofistas eram dedicados à crítica da tradição do Estado, religião, privilégios e defensores da democracia. Dizia Protágoras: "O Homem é a medida de todas as coisas". Platão, discípulo de Sócrates e Aristóteles, seu discípulo foram considerados os maiores filósofos do período clássico grego. Nas ciências, vale destacar o avanço da Matemática com Euclides, criador da geometria, a Física com Arquimedes de Siracusa, Geografia com Eratóstenes e da Astronomia com Aristarco, Hiparco e Ptolomeu, este ultimo defensor do geocentrismo, teoria que foi aceita universalmente até o início da era moderna (séculos XV e XVI). O helenismo, que foi a expansão da cultura grega pelos domínios do Império Macedônico de Alexandre O Grande e Império Romano, originou ainda novas correntes filosóficas como:

Estoicismo: fundada por Zenão, defendia a felicidade como equilíbrio interior, o qual oferecia ao Homem a possibilidade de aceitar, com serenidade, a dor e o prazer, a ventura e o infortúnio;
Epicurismo: fundada por Epicuro de Atenas, pregava a obtenção do prazer e da amizade como bens supremos e base da felicidade, e procurava aliviar o medo da dor, morte e dos deuses. Ceticismo: fundada por Pirro, caracterizava-se essencialmente, pelo negativismo e defendia que a felicidade consiste em não julgar coisa alguma;
O helenismo acrescentou a cultura grega o despotismo, segundo o qual a autoridade do governante era inquestionável;

A divisão do Império Macedônico e as lutas internas resultaram no enfraquecimento político, o que possibilitou a conquista romana, concretizada durante os séculos II e I a.C. Entretanto, mesmo conquistando a Grécia, Roma teve de se curvar perante a grandeza da civilização grega, assimilando muitos de seus valores culturais. 

A herança cultural deixada pelos gregos é riquíssima e influenciou toda a civilização ocidental. Suas concepções de beleza são retratadas nas obras como: pinturas, esculturas e arquiteturas. Em se tratando de história, os gregos foram os primeiros a tratar a história com espírito cientifico, reparando as lendas ou mitos dos fatos concretos, verídicos. O teatro grego, basicamente é dividido em tragédias (guerras) e comedias. Já nas artes, os gregos alcançarão notável desempenho, especialmente na arquitetura e na escultura. As artes caracterizam-se pelo humanismo através da glorificação do ser humano e do nacionalismo que simbolizava o orgulho do povo pela sua cidade. Portanto na escultura grega valorizam o antropocentrismo de suas obras.

Fontes consultadas:

http://warj.med.br/re/1/n1-art05.asp?rev=1
http://www.geocities.com/rogelsamuel/guida.html
http://www.unifap.br/borges/filosofia1.htm
http://www.lasalle.g12.br
http://www.duplipensar.net/materias/2004-05-grecia-roma.html

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