segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

A IMIGRAÇÃO GREGA NO BRASIL

A IMIGRAÇÃO GREGA NO BRASIL

          A imigração grega no Brasil pode ser dividida em três fases:
          - A primeira ocorre durante o Império com a vinda de algumas famílias no âmbito do projeto de desenvolvimento do Brasil de D. Pedro II. Trata-se principalmente da família Calógeras que veio em 1841 de Corfu, sendo o chefe desta família, João Batista Calógeras, diretor da Secretaria de Estado dos Negócios do Império e 1º Oficial do Gabinete no Ministério dos Negócios Estrangeiros. O neto de João Batista Calógeras foi o membro mais importante, João Pandiá-Calógeras (1870-1934) que ocupou o cargo de Ministro da  Agricultura, Comércio e Indústria, como também Ministro da Fazenda no Governo Venceslau Brás (1914-18) e foi o único civil a ser Ministro da Guerra, no Governo de Epitácio Pessoa (1919-22).
          Em 1880 chega ao Amazonas, oriundo de Atenas e via Damasco, o imigrante David Tadros que, funda sua empresa em 1888 na região, ocupando-se do comércio da borracha, navegação, importação e exportação. A firma, renovada e expandida, continua até os dias de hoje nas mãos da família Tadros.
Outra família que chegou no século XIX foi a família Leonardos, família de industriais, membros da qual serviram por longos anos como Cônsules Gerais Honorários da Grécia.
Em 1883 chega também ao sul do Brasil, proveniente da ilha de Kastellorizo, o Capitão Savas Nicolau Savas, fundador da Colônia Grega de Santa Catarina, seguido por outras famílias da mesma ilha que se instalam na Capital do Estado.
          - A segunda fase da imigração grega ocorre entre 1914 e 1940: algumas famílias chegam ao Brasil, como a família Diakópoulos, oriunda de Esmirna, e que se instala em Mato Grosso, dedicando-se ao comércio de madeira (dormentes) e depois em São Paulo, no comércio de importação/exportação. Outra família é a de Zarvos que veio da ilha de Rodes e instalou-se em Lins (SP) constituindo grande fortuna trabalhando com o algodão. Sua fortuna naquela época chegava a 400 milhões de dólares americanos.
          - A terceira fase acontece depois da II Guerra Mundial, no período de 1951 a 1960, quando se registrou o maior fluxo de gregos em direção ao Brasil. Num total de 10.086, eles chegam em navios, sob os auspícios do Comitê Internacional das Migrações Europeias. De acordo com dados oficiais, de 1893 a 1979, desembarcaram oficialmente no Brasil 17.018 gregos. 
          Hoje o número de gregos no Brasil é muito reduzido. No sul do país, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vivem cerca de 1.700 gregos e seus descendentes. Calcula-se que a maior parte dos gregos e descendentes vivem em São Paulo, dedicando-se ao comércio e às profissões liberais. Os gregos do Brasil têm mantido, na medida do possível, os seus ritos e costumes, no contexto em geral, das comunidades helênicas que existem em várias cidades, como São Paulo, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, etc. Essas comunidades mantêm uma Igreja Grega Ortodoxa, onde os membros se reúnem e celebram as datas cívicas e religiosas mais importantes. Dos membros da Comunidade Helênica de Brasília muitos são aqueles que chegaram junto com os primeiros pioneiros da nova Capital.




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